terça-feira, 15 de maio de 2012

Crônica pra quê?

Não sei bem ao certo até onde está correto o ponto onde se encontram a crônica e a fofoca?
Com certeza, um dos dois não é diálogo! Mas qual?

terça-feira, 17 de abril de 2012

Crônica da saudade

No meu tempo, ler as crônicas diárias só era possível se você comprasse o jornal na banca. Receber ligação urgente do redator chefe sobre um tema para desenvolver uma crônica, nem pensar. No meu tempo eu escrevia cartas e caminhava até o correio para postá-las. Os tempos mudaram muito, radicalmente, e tudo aquilo de que antes tínhamos como um trabalho ou problema chato, nos dá saudades. Éramos felizes e não sabíamos?
Hoje só recebo pelo correio, contas a pagar. Meu celular toca o tempo todo, e quase não tenho tempo para ler o jornal na internet. A liberdade se foi com a tecnologia, hoje sabemos onde estamos ou estaremos. Recebemos notícias sem procurar por elas. Enviamos todo tipo de e-mais, que seriam impossíveis de mandá-los via carta. Imagine vocês receberem cartas pedindo ajuda para alguma criança com doença terminal, ou correntes que ameaçam interromper a sua felicidade se não passá-la para vinte amigos ou mais.
Eu sou do tempo em que a gente primeiro aprendia a escrever, e só depois aprendíamos a digitar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

O cronista miope

...é aquele que enxerga duas vertentes diferentes, encaraminholadas diante de seus olhos, e se confunde tentando seguir uma ou outra. Na verdade ele não entende nenhuma das duas, pois suas opiniões sobrepostas lhe dificultam a própria sanidade, e ao contrário de filtrá-las, usa-as em completa confusão. Se existir quem as entenda, é tão miope quanto o crítico, se houver quem a refute, é um observador atento, mas se passa como autêntico texto literário, é um desastre {que na maioria das vezes emula a opinião pública}!
O cronista miope, vive na casa do botão, na cabeça do alfinete, na ponta dos cascos de um jumento enfezado, no bolor do pão mofado em cima da dispensa. Ele encontra a si mesmo comprando o jornal, se lendo e batendo palmas para o que não consegue entender, mas acha que as palavras difíceis deixam o texto bonito.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr Fernandes - Homenagem

Abaixo, registro uma pérola do Millôr. Vale a pena ler!

FÁBULAS FABULOSAS: NA FRONTEIRA DA ESPERANÇA
Há muito tempo, existiam, em Pagos de Guantanamera, um famoso churrasqueiro e um
doidão por presunto defumado. Este, tendo à mão um presunto cru, resolveu
defumá-Io aproveitando a fumaça que saía da churrasqueira do famoso
churrasqueiro. Mas quando o doidão por presunto defumado ia saindo satisfeito,
mordendo o seu presuntão recém-defumado, o famoso churrasqueiro agarrou-o, gritando:
-Espera aí, seu ladrão! Ou paga uma pataca pela fumaça que usou ou vou defumar você todo!
A briga começou, juntou gente, até que um pacifista, que gostava de churrasco e também de presunto defumado, foi correndo chamar o juiz da vara de comidas e acepipes pra resolver a disputa. O magistrado veio imediatamente, ouviu os dois querelantes e perguntou ao acusado:
-Quanto ele quer lhe cobrar pelo uso da fumaça?
-Uma pataca, meritíssimo - respondeu o doidão por presunto defumado.
-Então me dá uma pataca - ordenou o magistrado.
O doidão por presunto defumado fuçou nos bolsos e entregou uma pataca ao magistrado. Mas este disse apenas:
- Você mesmo jogue com força a moeda na placa de ferro da churrasqueira.
O acusado obedeceu, a moeda quicou duas ou três vezes na chapa e caiu no chão. O magistrado então sentenciou:
- Pronto, considero que o som da moeda do presuntoso paga devidamente a fumaça do churrasqueiro. Curvou-se, botou a moeda no bolso e foi embora murmurando a palavra "honorários".
Moral: Onde só há fumaça não se deve chamar o Corpo de Bombeiros.

segunda-feira, 26 de março de 2012

No princípio era o verbo

Escrever é para poucos, ler também!
Se você está me lendo já é um bom começo, mas se você escreve é porque tem necessidades de colocar no texto [crônica]suas impressões, opiniões, e por aí vai.
Escrever não é fácil, nem nunca será. O cronista é um meio-artista, porque a escrita é uma arte, mas a opinião é sempre um desastre.Fazer crônicas é fazer amigos e inimigos, fazer crônicas é mostrar [e às vezes] criar um contexto só seu. Seu ponto de vista, lido e absorvido [nem tanto] por milhares de pessoas.
Ao mesmo tempo em que o fato está lá [esteve ou estará], há um cronista para contar a sua versão.
Um cronista pode ser um poeta, falar do mundo real como se fosse surreal, um cronista pode ser um formador de opinião, pode ser o herói ou o vilão.
Esta é a primeira crônica, e fala especialmente de como eu vejo o cronista. Até breve.

Escrever é para poucos, ler também!